
TRÍDUO PASCAL
O TRÍDUO PASCAL é o período de tempo que vai da tarde de quinta-feira Santa até a manhã do Domingo de Páscoa. São três momentos em uma única celebração.
O sinal da Cruz se faz começando a Missa da quinta-feira Santa, e o Padre, ao final desta Missa o Padre despede SEM A BÊ3NÇÃO FINAL.
Esta bênção final será dada apenas no final da celebração da Vigília Pascal e, através desse simbolismo litúrgico expressamos essa unidade dos três momentos celebrativos que caracterizam esse tríduo sacro.
QUINTA-FEIRA SANTA – LAVA-PÉS

A Quinta-feira Santa é o dia em que celebramos a instituição da Eucaristia.
Acontece neste dia a cerimônia do lava-pés, repetindo o que Jesus fez aos apóstolos, mostrando-lhes que, como Ele, o cristão veio para servir. Com esse ato consciente, Jesus sela a ideia de que Deus é o servidor da humanidade. Fazendo-se servo, torna senhores os seus, mas senhores enquanto conscientemente lavam os pés uns dos outros.
O texto de 1Cor 11,23-26 é o primeiro escrito do Novo Testamento que trata da Eucaristia.
Os versículos proclamados nesta celebração contemplam basicamente a narrativa da instituição da Eucaristia. São Paulo (cf. 1Cor 11,23-26) afirma tê-la recebido do Senhor e transmitido às comunidades coríntias.
A Ceia do Senhor está vinculada a um fato e data históricos – à noite em que o Senhor foi entregue. Essa noite é mais importante do que a noite da saída do Egito, celebrada na ceia pascal judaica, e se reveste de caráter pascal insuperável.
O rito descrito por São Paulo é bastante próximo à tradição dos evangelistas e comporta os seguintes passos, feitos de gestos e palavras: Tomar o pão; dar graças; partir o pão, acompanhado das palavras “Isto é o meu corpo, que é para vocês; façam isto em memória de mim” No fim da Ceia, tomar o cálice acompanhado das palavras: “Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que vocês beberem dele, façam isso em memória de mim”.
Chamam a atenção a ação de graças, a fração do pão e o memorial, que não é simples repetição mecânica de um rito. É reviver os acontecimentos passados, experimentando hoje seus efeitos. São Paulo conclui dizendo: “Todas as vezes que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor, até que Ele venha.”
A Celebração da Quinta-feira Santa é muito rica em lições que deveriam nos fazer refletir para tentarmos viver uma vida melhor para nós, para os nossos semelhantes e de acordo com o Projeto do Pai.
A INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA
Cristo instituiu a Eucaristia na Quinta-feira Santa “na noite em que ia ser entregue” (1 Cor 11,23), durante a Última Ceia que celebrou com os seus Apóstolos.
As palavras que Cristo pronunciou são as mesmas que o sacerdote pronuncia no momento da consagração: “Tomai todos e comei…”,“Tomai todos e bebei…”. Os três Evangelhos sinóticos e o apóstolo São Paulo relataram a instituição da Eucaristia. São João não a relata, mas apresenta Cristo como o Pão Vivo, que desceu do céu (ver Jo 6), fazendo uma alusão explícita ao sacramento.
Concluindo a consagração do pão e do vinho no seu Corpo e Sangue, Cristo diz: “Fazei isto em memória de mim”. Ele quer que esse sacrifício seja perpetuado até que Ele volte. Assim, em cada canto do mundo onde é celebrada uma Missa, Cristo se faz presente e os cristãos entram em comunhão entre eles (lembremos que a mesma liturgia é celebrada em todo o mundo).
A Eucaristia é o coração da Igreja: a Igreja vive da Eucaristia.
A Eucaristia é o sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele institui para que fosse celebrado até o fim dos tempos.
Jesus se ofereceu na Cruz por nossos pecados uma única vez, de forma cruenta (com derramamento de sangue). Cada vez que se celebra uma Eucaristia se repetisse aquele ato de entrega de Cristo na Cruz, mas de forma incruenta (sem derramamento de sangue)
Por isso, chamamos de memorial do sacrifício de Cristo, porque realmente aquele sacrifício se torna presente e atual sobre o altar de cada igreja, durante a Santa Missa.
A Eucaristia fortalece nossa fé, esperança e caridade, nos cobrindo com a graça que vem do alto e nos preparando para um dia chegarmos à vida eterna.
SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO – 6ª feira Santa
A palavra paixão vem do latim passio – onis, que significa: “passividade, sofrimento”.
Atualmente, a escolha da data é feita baseada na primeira lua cheia após o equinócio da primavera (no Hemisfério Norte) e do outono (no Hemisfério Sul). Neste caso, a Sexta-feira Santa pode ocorrer entre os dias 22 de março e 25 de abril.
A morte de Jesus na Cruz é consequência da sua opção radical pelo amor e de sua fidelidade à vontade do Pai.
Na cruz Jesus nos deu Nossa Senhora por nossa mãe, quando disse ao apóstolo João: “Eis aí a sua mãe”. E olhando para Nossa Senhora e mostrando João, disse a ela: “Eis aí o teu filho.”
Neste dia os cristãos católicos rezam e fazem procissão da Via-Sacra e a adoração da Cruz.
“Neste dia como comunidade somos também convidados a venerar o madeiro santo. O madeiro onde pendeu a Salvação de toda a Humanidade que é o Cristo Senhor”.
O SIGNIFICADO DA ORAÇÃO E DO SILÊNCIO NO SÁBADO SANTO
O Sábado Santo é um dia voltado para o silêncio e para a oração, se preparando para a Vigília Pascal que acontecerá à noite. Não é um silêncio de luto, pois acreditamos que o Senhor não está morto, Ele vive. Temos a certeza de que à noite celebraremos a ressurreição, mas é um silêncio orante e de respeito, pois sabemos que nesse dia o Senhor desceu ao seio da terra.
Normalmente, no Sábado Santo, acontece a preparação da Igreja para a celebração da Vigília Pascal.
A Missa do Sábado Santo é extensa, mas riquíssima.
Esse dia também é conhecido como Sábado de Aleluia, que vem da tradição na Igreja Católica de não dizer “Aleluia” nas missas durante a Quaresma.
No Sábado de Aleluia, finalmente se diz Aleluia, para anunciar o início da Páscoa.
O Sábado Santo nos lembra que Jesus morreu de verdade, não foi uma farsa. Jesus morreu, assim como todos nós um dia também teremos de morrer. Sua identificação com a humanidade foi completa, até na morte. A sua morte foi necessária para nos salvar e, depois ainda com a sua ressurreição, nos abre um novo caminho, e nos indica que a vida não termina aqui, mas continua ao lado de Deus. Assim como Jesus morreu, mas depois ressuscitou, quem crê nele também morrerá, porém tem a promessa da ressurreição para a vida eterna.
Tenhamos a certeza de que durante o dia, o Senhor está no sepulcro, mas à noite, Ele o deixa vazio.
Que Cristo ressuscitado entre em cada lar e abençoe todas as famílias.
Hoje a Igreja repete, canta, clama: «Jesus ressuscitou!». Mas como? Pedro, João, as mulheres foram ao Sepulcro e viram-no vazio, Ele já não estava lá. Voltaram com o coração apertado pela tristeza, a tristeza de uma derrota: o Mestre, o seu Mestre, que amavam muito tinha sido executado, morreu. E da morte não se volta. Esta é a derrota, este é o caminho da derrota, a via para o sepulcro. Mas o Anjo disse-lhes: «Não está aqui, ressuscitou».
